Irmã Adélia, candidata a se tornar a primeira santa natural do Estado do Pernambuco, terá seu processo de beatificação aberto no próximo dia 10 de março. A partir desta data será instalado o tribunal para a escuta de testemunhas e abertura do inquérito diocesano.
Esta nova etapa da caminhada da irmã Adélia, reconhecida agora como “Serva de Deus”, foi autorizada pelo Dicastério da Causa dos Santos, na última quinta-feira (22), o qual concedeu a declaração “Nihil obstat” (nada contra) o processo.
“Recebemos com muita alegria a notícia que nossa querida irmã Adélia foi reconhecida como Serva de Deus, muita gratidão ao nosso bondoso e misericordioso Deus, até porque esse é o desejo do povo de toda Diocese de Pesqueira, de nós religiosas da Instrução Cristã que com vibração e entusiasmo acolhemos esse anúncio”, disse a superiora provincial da Ordem das Religiosas da Instrução Cristã no Brasil, irmã Cleonice Aparecida dos Santos.
Abertura do processo de beatificação
A ocasião será realizada na capela do Colégio Damas, da Ordem das Religiosas da Instrução Cristã, em Recife (PE), logo em seguida haverá a Santa Missa a ser presidida pelo Bispo da Diocese de Pesqueira (PE) e secretário do regional Nordeste 2, Dom José Luiz Ferreira Salles.
O tribunal para a causa de beatificação da Irmã Adélia será formado pelo Delegado Episcopal, o Promotor da Causa e por dois Notários. Eles passarão a ser responsáveis pela coleta de depoimentos e testemunhos sobre a vida da religiosa para comprovar suas virtudes cristãs e deverão analisar seus escritos e cartas.
Biografia
Maria da Luz Teixeira de Carvalho, irmã Adélia, nasceu em Pesqueira (PE), no dia 16 de dezembro de 1922. Segunda dos quatorze filhos do casal Arthur Ferreira e Auta Monteiro. Em 1936 Maria da Luz e Maria da Conceição tiveram uma visão de Nossa Senhora enquanto colhiam mamona. Após esse dia, as duas meninas passaram a ir diariamente ao monte e lá se encontravam com a Virgem, rezavam o terço e o Ofício. A partir de então, aumentava cada vez mais a presença das pessoas àquele local. Chegavam fiéis de todas as partes para rezar, fazer seus pedidos e penitências.
Tendo ingressado no Instituto das Religiosas da Instrução Cristã (Damas), fez a sua vestição em 14 de janeiro de 1941 e recebeu o nome de irmã Adélia. “Grande consolação sentia em pensar que estava na mesma casa onde morava Jesus na Eucaristia que era a minha maior força”, dizia ela. Quando entrou no convento, pediu às superioras para ficar no anonimato pelo medo que tinha de não ser recebida ou ser incompreendida e dessa forma não poder ser religiosa. Era proibido falar nas aparições de Nossa Senhora no Sítio Guarda; mas ela ficou meditando sempre essa experiência em seu coração. O tempo passou, depois de provações e sacrifícios, a 15 de janeiro de 1943, Irmã Adélia fez seus Votos Perpétuos.
Ao ser transferida para a cidade de Vitória de Santo Antão (PE), pode trabalhar com os pobres, como era seu desejo. Participou da fundação da Fraternidade do Cajá, onde residiu alguns anos e ministrou aulas de corte e costura, como também deu aulas no Mobral, atendeu doentes e evangelizou a muitos.
Nos anos 80 enfrentou um câncer, porém se manteve sempre firme na fé e confiante na cura. Assim, apesar da gravidade, ela ficou curada e viveu ainda por muitos anos.
Em março de 1982, irmã Adélia realizou vários trabalhos na favela Beira-Rio, na comunidade Santa Luzia, no Recife, bem como na colônia dos pescadores, em Itamaracá (PE). No Colégio Damas, estava sempre disponível para acolher os fiéis, rezar com eles e por eles. Irmã Adélia faleceu aos 91 anos, no dia 13 de outubro de 2013, na capital pernambucana.
Fonte: CNBB
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